sexta-feira, 3 de junho de 2011


Santos Vidago

Natural de Vidago, João Rodrigues dos Santos Vidago foi também um benemérito de relevo no meio da comunidade local. Foi casado com Aurora Celeste e o casal não concebeu filhos. Foi irmão do Tenente Coronel, António Rodrigues Santos Vidago, que viria a ser sogro de Mário Teixeira Rodrigues, carismático vidaguense e que, em vida, foi figura indissociável do Clube de Golfe de Vidago. Oriundo de família humilde e muito novo ainda, Santos Vidago embarcou para África, mais precisamente para Moçambique. Naquela antiga colónia portuguesa, desenvolveu diversas actividades empresariais, que lhe conferiram significativa riqueza. O facto de haver emergido do seio de uma modesta família não terá sido estranho à sua sensibilidade perante gente simples e carenciada. O seu nome ficaria para sempre ligado de forma indelével a algumas instituições locais que beneficiaram do seu altruísmo. Assim, releve-se que foi por si instituído um prémio, que é função do rendimento de um fundo, e que premeia, localmente, dois dos alunos mais em destaque em cada ano lectivo, ponderadas que sejam as carências sociais dos indivíduos a contemplar. Também naquele tempo fez questão de, na qualidade de sócio benfeitor, dotar a Casa do Povo de uma quantia anual, com vista a mais facilmente aquela instituição poder fazer face às despesas com a então designada Sopa dos Pobre.

Mas a sua filantropia estendeu-se também ao desporto local. O Vidago Futebol Clube beneficiou, no seu tempo, de um prestimoso donativo que terá permitido importantes obras de melhoramento, consideradas indispensáveis e, sem as quais, o clube veria, naquela altura, comprometido o seu salutar desenvolvimento. Nesse tempo, Mário Teixeira Rodrigues era Presidente do clube de futebol local e terá junto de João Santos Vidago envidado esforços no sentido da obtenção da referida ajuda. Também a rua que viria a merecer o seu nome recebeu de Santos Vidago importante auxílio financeiro para significativos melhoramentos.

Aquela benemérita figura, desapareceria para sempre a 22 de Fevereiro, decorria ano de 1953, tendo sido sepultada no Cemitério do Prazeres, em Lisboa. Como curiosidade, refira-se que o seu irmão – Tenente Coronel, António Rodrigues Santos Vidago – falecido nos anos sessenta do século passado, está igualmente sepultado na capital portuguesa, mais precisamente no talhão dos combatentes da Grande Guerra, no Cemitério do Alto de S. João.

in Memórias de Vidago - 2004
Floripo Salvador

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