sábado, 3 de setembro de 2011

Contrastes - Vidago 1911

O mundo é feito de contrastes e estas duas imagens são exemplo disso. Estamos em 1911, um ano depois da implementação da primeira República Portuguesa, quando o fotógrafo Joshua Benoliel (1873/1932) chegou a Vidago de comboio para fotografar a então aldeia, cujo as fotografias serviriam para um artigo da revista Ilustração Portugueza.

Deste artigo, do qual tenho um original, resolvi pegar nestas duas imagens para mostrar os grandes contrastes que marcavam a paisagem social portuguesa, onde nos antípodas de uma classe camponesa vivendo no limiar da subsistência, e do operariado urbano enfrentando condições de vida duras, se nos deparam uma aristocracia fundiária e um grupo de novos ricos com fortunas feitas no comércio e na especulação. Burgueses e aristocratas frequentavam os salões, recolhiam-se nos clubes e no Verão migravam com os seus séquitos para as termas e para as praias.

Contrastes...


Em 1911 a esperança média de vida era de 35,8 anos para homens e 40,0 anos para mulheres, a taxa de analfabetismo entre pessoas com mais de 7 anos era de 69% e o nível da força de trabalho na agricultura era de 62,4%.


Mais abaixo do centro de Vidago, junto ao lago do Vidago Palace Hotel, o cenário era este...
Apesar de todo o movimento sindical durante a primeira República, as desigualdades sociais permaneciam. Enquanto os operários, camponeses e outros trabalhadores continuavam a ter uma vida miserável, nas grandes cidades vivia uma burguesia numerosa e cada vez mais endinheirada.

Um abraço e até breve...

2 comentários:

amd disse...

Um regresso em forma!
Tó Rodrigues

antonioTR1927@gmail.com disse...

ATR. Gostei muito de ver os contrastes de Vidago. Obrigado por tudo que faz por Vidago terra onde nasci e muito adoro.
Um abraço grande ATR