No século passado, ser criança em Vidago ou noutras aldeias de Portugal, a imaginação era a líder de todas as brincadeiras. Com um calor abrasador ou com chuva miudinha, a diversão só acabava quando o Sol começava a por-se e as mães iam à janela chamar para jantar. E os putos lá regressavam a casa com a roupa numa desgraça e a cara cheia de terra como testemunhos de um dia bem passado na rua.
Ser criança em Vidago, também, era andar descalço e vestido com roupa remendada porque nem todos os pais tinham meios financeiros para comprar roupa e calçado.
(Bilhete postal de 1942) |
Gostaria de terminar com uma pequena homenagem às nossas crianças com um poema de Álvaro de Campos:
Depus a máscara e vi-me ao espelho.
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sou a máscara.
E volto à personalidade como a um terminus de linha.
Um abraço e até breve...
Um abraço e até breve...
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