Sinto que dentro de dias, cairá neve nas nossas aldeias transmontanas. O frio será esquecido com uns momentos junto às lareiras, sentado num escano comendo uma chouriça com um cibo de pão.
Por isso, recordemos um poema do Miguel Torga alusivo à estação do Inverno.
INVERNO
Apagou-se a fogueira.
Que frio na lareira
Do coração!
Neva
Na solidão
Da vida.
E o vento traz e leva
Um recado de eterna despedida.
Amor! Amor!
Sei ainda o teu nome redentor,
Chamo ainda por ti a cada hora!
Arde outra vez em mim
Como ardias outrora,
Os dias de ventura.
Não me deixes assim
Nesta algidez de morte prematura.
Miguel Torga
DIÁRIO XIII, Coimbra, 17 de Janeiro de 1978
Esboço a aguarela para calendário de parede da Empresa Vidago Melgaço & Pedras Salgadas, alusivo ao Inverno. Ilustração de Cruz Caldas enquanto empregado, litógrafo maquetista, na Empresa do Bolhão, no Porto.
Um abraço e até breve...
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