segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Último Bilhete Postal de 2012

Para me despedir de 2012, vou publicar mais um raro bilhete postal.
 
Trata-se de um postal do antigo Hotel do Parque, do qual não sei a data, uma vez que este postal não circulou, mas pelas letras HF da matrícula de um dos automóveis, este será anos 60 do século passado.



Obrigado a todos aqueles que ao longo deste ano de 2012 acompanharam este blog feito de magníficas imagens de um passado cheio de recordações desta vila termal.
 
Um abraço e até 2013...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Feliz Natal e Bom Ano Novo

 
Este blog deseja a todos os seus leitores e amigos votos de um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de felicidade, saúde e de muita coragem para superar todas as dificuldades em 2013.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Antiga Estação Ferroviária e Hotel Avenida

Foi com muito agrado que recebi do meu amigo vidaguense, José Correia, esta imagem com a antiga estação ferroviária e com o Hotel Avenida. Apesar de não termos o registo da data desta imagem, pela minha comparação com outras imagens que tenho, esta será entre 1911/1920.
É bom relembrar que este hotel abriu as suas porta em 1911 e a estação em 1910.
 



Mais uma vez, obrigado ao José Correia pelo envio desta preciosidade.

Um abraço e até breve...

domingo, 9 de dezembro de 2012

Festa de Natal da CCV e Entrega do Prémio "Santos Vidago"

O Blog "Meu Vidago" vai, pelo segundo ano consecutivo, juntar-se à Casa da Cultura de Vidago, na entrega do Prémio "Santos Vidago" que integra anualmente a Festa de Natal.
 
Para quem não sabe, a atribuição do prémio "Santos Vidago" visa distinguir o melhor aluno masculino e feminino do ano lectivo anterior. Este prémio deve-se a um grande vidaguense, João Rodrigues dos Santos Vidago, filho de humildes famílias e que bem cedo partiu para Moçambique, onde graças à sua inteligência e amor ao trabalho, adquiriu uma grande fortuna. Santos Vidago contribui muito para esta Vila, não podemos esquecer os seus donativos à direcção do Vidago Futebol Clube e à Casa do Povo. Pelo seu testamento, que deixou escrito, verificou-se que ele não esqueceu a sua freguesia, legando 100 mil escudos, para que o seu rendimento anual fosse entregue, como prémio da sua aplicação escolar, a dois alunos (um de cada sexo) mais necessitados.



Com o objectivo de elevar os valores relacionados com o ensino e o conhecimento, como factores imprescindível para o futuro destes jovens promissores, o Blog "Meu Vidago" irá oferecer uma pequena recompensa a estes dois alunos.







Este será, sem dúvida, um momento marcante, quer pelo protagonismo que é dado aos alunos , que vêem o seu esforço recompensado, quer a todos os que os apoiaram no seu sucesso: os professores e os pais.

Por isso, não falte a esta cerimónia, assim como, à festa de Natal no dia 22, pelas 21 horas, no salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Vidago.

Um abraço e até breve...


domingo, 2 de dezembro de 2012

 
Vidago de ontem e de hoje:



 
 
 
O Olmo foi o berço
Desse Vidago antigo
Que S. Simão abençoava
Quem ali rezava o terço
Ou apenas se deslocava
Para se despedir do amigo!



 


 


Foi terra de ferroviários
E de outros operários
Também de hotéis e pensões
De hóspedes e de ilusões!







Teve praia fluvial
E bela estância termal
Tabernas pitorescas
E plátanos de sombras frescas!
Teve rio generoso
Outrora puro e caudaloso
Cuja água ajudava a viver
E no Verão, conferia prazer!
 
Mas nas suas margens
E no dealbar da Primavera
E em doce quimera
Ainda por ali se escutam
Verdadeiras sinfonias
De rouxinóis e cotovias
Que todos desfrutam!
 
 
Foi terra de amoreiras
Junto à estrada plantadas
Eram pretas e vermelhas
Que os namorados trocavam
Em tardes soalheiras
Enquanto namoravam
Em horas encantadas!
 
Desta terra também fez parte
Uma casa de cinema
Onde gente grande e pequena
Admirava a sétima arte!

Tem águas alcalinas
Saudáveis e cristalinas
Que as suas terras fazem brotar
E muitas doenças sarar!
 

 
Resta o Palace no seu esplendor
O verde em seu redor
Obra imensa e secular
Que a todos faz pasmar!
 
E quem de golfe gostar
E o bucólico silêncio amar
Pode em Vidago viver
Momentos de grande prazer!
 
Floripo Salvador
Outono de 2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Praia de Vidago - 1939

Mais um bilhete postal raro para a minha colecção e da Praia de Vidago!
Que lugar magnífico foi este em tempos para uns passeios de barco, para uma boa feijoada partilhada com amigos e família à sombra dos amieiros, onde muitos aprenderam a dar as suas primeiras braçadas e onde muitos começaram os seus romances...
 
(Bilhete postal edição da Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas - 27/09/1939)
 
 
Um abraço e até breve...

sábado, 10 de novembro de 2012

Restaurante da Grande Pensão Termas

Para hoje, trago algumas imagens do antigo restaurante da grande pensão Termas, que ficava situado em frente à antiga estação da CP e que fazia parte da famosa Pensão Termas.

Vidago diz...Vida

 
(Cartão de visita)
 
 
Óptimo e Regional tratamento...
 
 
(bilhete postal)
 
E agora o rótulo da garrafa do vinho de mesa "Morto que dá vida!" premiado com o primeiro prémio da Junta Nacional do Vinho.
 
 
Vinho que dava alegria e saúde...por ser da Quinta da Saúde!
 
E como este fim de semana é São Martinho; lume, castanhas e vinho!
 
Um abraço e até breve...

sábado, 3 de novembro de 2012

Quinta de Arcossó - Entre os melhores

A revista "Wine - a essência do vinho" de Outubro destingiu na categoria Altamente Recomendado 2012, o vinho "Superior Bago a Bago 2008" da Quinta de Arcossó com 18 pontos. Quer isto dizer, que foi o melhor entre os melhores!
Para quem ainda duvida da qualidade dos vinhos da nossa região, esta é mais uma prova que eles são bons e recomendam-se.
Em Portugal, a vitivinicultura tornou-se num dos mais dinâmicos sectores da economia portuguesa, sendo o vinho o mais importante produto do nosso sector primário.
Gera anualmente quase 900 milhões de euros o que representa cerca de 17% do valor global da produção do ramo agrícola.
Apelo aos consumidores portugueses para "não trocarem" os vinhos portugueses "por quaisquer outros".
 
 
Uma excelente escolha de vinho, apropriado para acompanhar as suas refeições de inverno.

Só me resta, mais uma vez, elogiar todas as pessoas que contribuíram para a elaboração deste magnifico néctar.

Um abraço e até breve...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ponte sobre o rio Oura

Rouxinol da Ribeira d´Oura

Canta, canta, rouxinol,
Canta essa canção triunfal.
Não te enganes no teu canto,
Rouxinol cinzento, de voz primordial.

Canta, canta, uma canção vidaguense,
Não chores quando a cantares:
Podes cair à ribeira
E as suas águas podem-te afogar.

Canta sempre, companheiro,
Nos salgueiros da ribeira,
A tua serenata é bela,
Os peixes acordam ao som dela,
Escutando a voz nas margens de areia.

Se o teu cantar é bonito,
Canta, rouxinol pequenino.
Vidago é o teu padrinho
E nele fazes o teu ninho,
Sempre amigo dos teus filhinhos.
Canta, rouxinol, as tuas canções de menino.

                                        (Manuel Joaquim Pereira)



(Bilhete postal da edição de Francisco Costa - Vidago - não circulado)
 
 
Agradeço ao amigo Tó Rodrigues a oferta deste postal.
 
Um abraço e até breve...

domingo, 14 de outubro de 2012

Salus, Deusa da Saúde

Deusa Salus
SALUS - Divindade alegórica romana. Personificava a saúde, a prosperidade e o bem-estar público. Era invocada pelos doentes e pelo Estado romano, quando se apresentava um problema grave. Foi identificada com a deusa grega Higia.

Num segundo senso, personifica a prosperidade em geral. Num terceiro sentido, ela é a deusa do Bem-Estar Público (Salus Publica,Romana ou Augusta). Assim, um templo lhe foi consagrado em 307AC pelo censor C. Iunius Bubulcus, na colina do Quirinal, que foi mais tarde decorado com pinturas por C. Fabius Pictor. Ela foi cultuada publicamente em 30 de abril, em conjunção com a Pax, Concordia e Jano.

Salus é representada como Fortuna, com um leme, um globo a seus pés, e as vezes sentada erguendo uma patera em libação sobre um altar, em torno do qual uma serpente se enrola. A deusa Strenia entre o sabinos é a equivalente da Salus romana.
 


Salus era casada com Esculápio, o Deus da Medicina e da Cura. Juntos, tiveram cinco filhas: Higéia, deusa da Higiente, Iaso, deusa da recuperação e Panacéia, deusas (três) de todas as Curas.








Em vidago, Salus foi o nome de um antigo apeadeiro da CP,



Nome de uma Fonte e de um Hotel,



E claro, nome das nossas Águas gasosas naturais,



Um abraço e até breve...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Igreja Paroquial de N. S. da Conceição

No nosso pequeno mundo existem edifícios que nunca sofrem alterações da sua aparência exterior, estou a referir-me às igrejas cristãs.
 
A igreja paroquial de Vidago, inaugurada a 12 de Setembro de 1941, mantém-se igual até aos nossos dias, nada foi alterado e nunca o será...
 
(bilhete postal da edição de Augusto Rodrigues, Vidago - feito em Chaves na "Foto Alves"- não circulado)
 
 
Como gosto de apreciar os vitrais das igrejas, aqui fica uma fotografia do principal vitral desta igreja.
 
 
(fotografia by Júlio Silva - Outubro 2012)
 
 
Um abraço e até breve...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Pensão do Parque

Finalmente, consegui encontrar e comprar um bilhete postal da antiga Pensão do Parque, que depois passaria a Hotel do Parque.
 
Como já referi num anterior post, esta Pensão abriu as suas portas por volta de 1935, tendo como seu primeiro proprietário Francisco Dias, natural de Guimarães e que veio para Vidago para ser "Fiscal da Empreza".
 
Agora o postal, peça muito rara no mundo do coleccionismo...
 
 
(Bilhete postal de edição desconhecida - não circulado)
 
E como estamos em época de vindimas, deixo-vos uns provérbios para animar o trabalho...
 
À mulher e à vinha, o homem dá alegria.
Vindima molhada acaba cedo e aliviada.
Vindima com calor, vinho com valor.
Não há Maio sem favas nem S. Miguel sem vindimas.
 
 
Um abraço e até breve...

sábado, 22 de setembro de 2012

Pe Joaquim Fontoura - Poema


(Vidago - Antiga Estação da CP - Fotografia by Júlio Silva - verão 2012)

 
Vidago, tão lindo friso,
dos Paços do Criador:
Tu nasceste dum sorriso,
nos alvores do Paraíso
Feito de graça e d´amor!
 
                               Pe Joaquim Fontoura
 
 
Um abraço e até breve...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Fotografia - Os Plumas

 
 
Aqui está a formação inicial do conjunto musical "Os Plumas".

Da esquerda para a direita: Gilberto Alves, Fausto Aguiar, Fortunato Figueiredo e Sebastião Aguiar.

Esta fotografia foi tirada, em 1967, junto ao antigo cinema "Cine Vidago".
 
Fotografia partilhada no Facebook por Gilberto Alves.
 
Um abraço e até breve...

domingo, 16 de setembro de 2012

Alameda Teixeira de Souza

Ruas de Vidago...
 
 

(Fotografia by Júlio Silva - Verão de 2012)


 
(Bilhete postal da edição de Augusto Rodrigues - Vidago - não circulado)

Um abraço e até breve...

sábado, 8 de setembro de 2012

Vidago Palace Hotel - 1911

Comprei, recentemente, mais um raro bilhete postal do hotel "Vidago Palace Hotel" para a minha colecção.
Neste postal é possível ver jardineiros  a construírem o que viriam a ser os jardins deste Ex Libris de Vidago.
 
 

(Bilhete postal da edição Union Postale Universelle - 1911)
  
E para acabar este post, um provérbio que tem tudo a ver com aquilo se tem visto, ultimamente, pelo nosso país: Em Setembro, ardem os montes e secam as fontes.
 
Um abraço e até breve...

domingo, 2 de setembro de 2012

Cartaz VM&PS

E porque hoje é domingo, um miminho para os leitores e amigos deste blog...


Um abraço e até breve...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Hotel Vidago Palace - 1912

O bilhete postal de hoje viajou há 100 anos de Vidago para Timor. O seu remetente, Sr. Olympio, enviou, no dia 9 de Agosto de 1912, para o seu primo, Sr. António Moreira da Costa Maia, Digno Chefe dos Serviços de Obras Públicas no Distrito de Dilly (Timor) este postal do lago e parque do Palace Hotel.
 
Há uma frase que quero partilhar com os leitores porque achei-a engraçada, "Uma estravagancia, este ano, vim com o Luiz a Vidago e cá ando gastando uns cobres e vendo e acompanhando os aquistas...".
 
António Moreira da Costa Maia foi o autor de "Mapas Quilométricos de todas as linhas telefónicas de Timor", Díli 1950.

 
 
(Bilhete postal da edição de Germano A. Costa - Vidago - 09/08/1912)
 
Após estes anos todos este postal voltou para Vidago, deixando a ilha de Timor!

Um abraço e até breve...

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Livro "Memórias de Vidago" - versão digital

Já está disponível em formato digital o livro "Memórias de Vidago", do autor Floripo Virgílio Salvador.
 
Para aceder ao livro, basta cliquar  em "Memórias de Vidago", depois em "Download"  e por fim, nessa página cliquar em "download anyway", para fazer o download do livro.

 
Este livro digital é protegido pelo Código do Direito de Autor. Não pode ser alterado, plagiado, distribuído ou comercializado de nenhuma forma, sem a expressa autorização do seu autor.
 
Boa leitura e até breve...

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

domingo, 19 de agosto de 2012



EM VIDAGO: UMA ROTUNDA DEPRIMENTE!

Ao longo de todo o ano, a A24 conduz a Vidago (terra essencialmente turística) imensa gente que ali procura o descanso e o lazer. O Palace Hotel é o ex-líbris dos hotéis da região. Dois campos de golfe (o principal com 18 buracos) fazem afluir à estância termal gente de todo o País. A infraestrutura rodoviária, que agora é portajada, tem uma saída, com rotunda, a meio quilómetro da vila termal. De 14 metros de diâmetro, foi construída há já 4 anos, quando a então SCUT foi aberta ao trânsito! Passado todo este tempo é quase inacreditável como a referida rotunda nunca tivesse qualquer beneficiação, ainda que simples, que pudesse emprestar alguma dignidade à vila que serve! Quem chega à rotunda observa as placas indicativas da estância termal, do Palace Hotel e dos campos de golfe. Em verdadeiro contraste, e ao mesmo tempo, depara com um espaço de mato, verde de inverno e seco de verão que fere a sensibilidade visual de todos! As Estradas de Portugal são a entidade responsável por aquele horrível e indigente estado em que se encontra a referida rotunda na EN 2! Será que vai ficar, assim, eternamente?


(Texto publicado no Jornal de Notícias na edição de 9 de Agosto de 2012)

Floripo Salvador

terça-feira, 31 de julho de 2012

Grande Hotel de Vidago - 1882



Esta imagem foi publicada na revista "Occidente - Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro" na edição de 1 de Agosto de 1882, e faz parte do artigo "Estabelecimento das Águas de Vidago".
Gostava de lhe dar os meus parabéns por estes 130 anos de publicação mas da maneira em que se encontra este edifício, prefiro dizer lhe "Descansa em Paz".

Os meus agradecimentos ao Luís Calafate pela partilha deste documento.

Um abraço e até breve...

sábado, 28 de julho de 2012

Noites de Verão, era na Papilon!

Quando chega o Verão sinto saudades da extinta discoteca Papilon. Era lá onde nos reuníamos para aquelas conversas inocentes, sem grande visão da vida, éramos felizes e andar em grupos era a nossa marca.
Agora que tudo isto passou, pelo menos ficam as fotografias da malta que frequentava a Papilon!


Aqui malta de Vidago, Oura e de Vilela do Tâmega...


Infelizmente, já não está entre nós o saudoso Modesto de Vilela (ao centro), para mim será sempre o meu amigo Modesto, que um dia conheci no café da Praia de Vidago...

Agora, as noites de Vidago são mais curtas mas sempre belas, cheias de estrelas e de brilho.

Um abraço e até breve...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Vidago - Vista Parcial

“Eu amo Trás-os-Montes naquele silêncio das florestas e das estradas afastadas que aguardam ora a neve, ora o pavor do Verão. Amo-o ainda mais quando vejo a cor da terra e a sombra dos seus castelos em ruínas, quando suspeito o fundo dos rios, os recantos junto dos açudes e a altura das árvores. E perco-me desse mal de paixão, quando, de longe, Trás-os-Montes se assemelha vagamente a uma terra prometida aos seus filhos mais distantes, ou mais expulsos, ou mais ignorados, ou mais mortos apenas. E amam-se aquelas árvores porque vêm do interior da terra, justamente, sem invocar a sua antiguidade ou a sua grandiosidade.
Ama-se o frio, até, o esplendor das geadas sobre os lameiros, o sabor da comida que nunca perdeu a intensidade nem a razão. E amam-se os rios, os areais, os poços das hortas, as cancelas de madeira que vão perdendo a cor, e talvez se amem o fogo das lareiras, os ramos mais altos dos freixos e das cerejeiras, os jardins abonecados das suas cidades, o granito das casas, o cheiro das aldeias onde ao fim da tarde se chama paz ao silêncio e se dá nome de chuva à água do céu.”
Francisco José Viegas



(Bilhete postal da edição "Casa Rodrigues - Vidago" - Foto Bilus - Chaves - não circulado)
Um abraço e até breve Vidago...

terça-feira, 10 de julho de 2012


Soneto à Torre do Coto (Vidago):

Aqui me sento,
Daqui me deleito,
Encostado a ti sinto o vento
Que empurra tudo sem jeito!

Deste sítio estendo o olhar,
À paisagem que amo,
E o pensamento faz-me sonhar
Pousado na ponta dum ramo!

Aos deuses peço protecção
Para a natureza que observo
Sem ela, choraria meu coração!

Mas a divindade será generosa,
E neste tempo que me resta
Vê-la-ei sempre formosa!

Floripo Salvador
Outono de 2011

quarta-feira, 4 de julho de 2012

CARTOGAYA 2012

Algumas fotografias do passado Sábado, dia da inauguração da CARTOGAYA 2012...


Da esquerda para a direita: Vereador da C. M. de Gaia, Eng. Rui Cardoso, Presidente do Clube de Coleccionadores de Gaia, Fernando Peixoto e Presidente da Junta de Freguesia de Pedroso, António Pereira Tavares.


Júlio Silva na apresentação da sua colecção de postais de Vidago aos senhores Eng. Rui Cardoso, Fernando Peixoto e António Pereira Tavares.


Júlio Silva à conversa com uma vidaguense, Fátima Salvador, e seu marido. Estávamos todos orgulhosos!


Júlio Silva com outros coleccionadores, há vários postais de grande interesse!

Todas estas fotografias são propriedade da CCGaia. Mais fotografias em CCG.

Um abraço e até breve...

segunda-feira, 2 de julho de 2012


Memórias do meu MICO

- Um gato de Vidago

Era um Setembro quente. Estávamos em 2006. Como sempre, escolho aquela fase do ano para revigorar forças na vila termal de Vidago. Aproveito para o contacto com a natureza e tentar não me desprender das minhas raízes rurais. O calor abrasador de Agosto já passou, a agitação sazonal abrandou e aquele lugar é muito apelativo ao descanso. Nesta época as árvores, frondosas e generosas, oferecem-nos o prazer da sua sombra e os seus abundantes frutos. Enfim, um conjunto de factores que convergem no sentido de qualquer ser humano ali se sentir bem nesta altura do ano.

Logo no dia em que cheguei, o miar desesperado e cansado a indiciar um juvenil gato, despertou a minha atenção dada a persistência dos seus apelos. O som provinha de um enorme emaranhado de videiras bravas que se desenvolveram a uns cinquenta metros, num terreno que envolve uma simples e velha casita que herdei dos meus pais. Como ia para descansar dispus-me a neutralizar o miar do gato. De vez em quando aproximava-me do lugar de onde vinham os seus apelos. Talvez com receio, o felídeo calava-se dificultando, deste modo, que eu o retirasse daquele sítio. Ficava toda a ideia que ali nascera uma ninhada de gatos e, pelo menos um deles, passava fome. À noite a minha mulher, admitindo que a mãe não pudesse satisfazer todas as carências alimentares da prole colocou junto ao local uma tigela com leite. Porém, horas a fio, o gato continuava a miar. Ao outro dia constatámos que o recipiente do leite estava intacto. O felino continuava a miar, mas cada vez de forma menos sonora e mais debilitada. Estando a tigela do leite tal como foi deixada não foi difícil concluir que a mãe teria morrido num qualquer acidente e, provavelmente, os irmãos fisicamente mais debilitados não teriam resistido à implacável morte por desnutrição.

Mas o que eu, naquela altura, queria mesmo era deixar de ouvir o miar desesperado do gato. Lembrei-me, então, de imitar o seu miar e, devagarinho, ir-me aproximando do ninho de onde saíam as suas súplicas. Qual o meu espanto quando vejo o gatito emergir do emaranhado de ervas e bacelo bravo caminhando, com muita dificuldade, na minha direcção. Peguei-o nas mãos horrorizado com o seu aspecto: pouco maior que um telemóvel, esquelético e andrajoso! Subi as escadas e, com ar de dó, mostrei à minha mulher o debilitado felídio. A Eduarda, tentando amenizar o sofrimento do miquito, foi-lhe despejando umas colheritas de leite magro (era o que havia lá em casa) pela garganta abaixo. Mas ele não se aguentava de pé. Resolvemos, então, comprar na mercearia mais próxima um pacote de leite mais nutritivo e providenciar um biberão, já em desuso, de um neto da minha irmã Fátima. Como eu recordo a beleza desses momentos! Foi a partir daqui que o Mico começou a libertar-se de uma morte certa e angustiante.

Durante aqueles dias em que por lá estivemos tratámo-lo com os cuidados necessários a fim de que o pudéssemos deixar à sua sorte, mas numa fase de menor dependência, umas semanas depois.

Eu não tinha a menor experiência do que é isso de partilhar a minha vivência com um gato. Vivo com a Eduarda num apartamento em Ermesinde. Ambos decidimos trazê-lo para a nossa morada permanente e levar a cabo essa experiência. Após a sempre aconselhável e indispensável visita à clínica veterinária para os fins convenientes, o Mico passou a partilhar connosco a mesma habitação e ambiente familiar. Já lá vão, mais de cinco anos!

O que eu aprendi com ele! Ensinou-me a respeitar, muito mais, os gatos e outros animais que não são meus. Hoje, contrariamente ao que acontecia, não consigo ser indiferente à presença deles. Eu não imaginava a ternura que se sente ao ver um gato mamar num simples trapo como se espremesse a mamucha da mãe! Observar o espreguiçar de um gato é um belo quadro! Que delicioso é vê-lo brincar com qualquer objecto usando as patitas como uma criança usa os pés quando joga a bola ou meneando a cabecita em gestos engraçadíssimos, quando com ele brincamos!

Passa infinitos minutos a tratar da sua muito peculiar higiene, lambendo toda a região do corpo que as suas boquita e língua conseguem atingir. Que satisfação sinto ao ver com que sofreguidão inspira o ar da manhã quando, ao dealbar do dia, lhe abro uma nesga da vidraça. Ao observar estes seus rotineiros comportamentos vou-me lembrando da necessidade de lhe ir providenciando a indispensável erva fresquinha de que ele tanto gosta e tão importante se torna para que possa expelir todo aquele pelo diariamente ingerido.

As suas deslocações fora da residência habitual são esporádicas. Costumamos levá-lo para Vidago (terra da sua naturalidade) em férias, ou simplesmente ao fim de semana. No seu habitáculo de transporte ele viaja sereno durante um percurso de um pouco mais de uma hora. Não abdica, nunca, de uma micção logo que entra para a sua casota acomodada no banco traseiro da viatura. Logo que chega ao local onde nasceu e se lhe abre a porta do automóvel o Mico é outro: em grandes correrias efectua o reconhecimento da zona periférica da casa saltando alegremente como uma gazela na selva africana! No meio rural adora o contacto com a natureza, os seus sons e odores. Nesse ambiente o Mico desperta muito cedo e não se cala enquanto não lhe abrimos a porta da rua (ao contrário do que acontece no seu, mais habitual, ambiente urbano). Logo de manhã, é astuto na arte de pedir que lhe façam as vontades: com o pescoço acaricia, ronronando, as pernas dos donos. Quando se apanha na rua senta-se uns momentos no cimo das escadas como que a fazer o levantamento geográfico do local onde, lá para a noitinha, tem necessidade de voltar. Depois atravessa umas centenas de metros de campo agrícola, no sentido de um pequeno rio que banha a propriedade. Então, até que escureça bem, nunca ninguém mais vê o Mico. Quando a noite já caiu há muito e o estômago vazio começa a desconfortá-lo, aparece junto às escadas. Pouco habituado a conviver com pessoas estranhas, tenta certificar-se que os seus donos não têm visitas. Depois, em grande correria, sobe as escadas, com a patita direita desencosta a porta entreaberta, entra, roça-se nas pernas dos donos e dirige-se ao comedouro que esvazia com grande sofreguidão.

Nunca o Mico deixou de regressar a casa ainda que às vezes o faça tardiamente provocando, não raramente, um regresso mais tardio dos seus donos à residência urbana de Ermesinde.

Na sua mais habitual residência o Mico tem comportamentos diametralmente opostos aos da sua vivência no meio rural. Nunca manifesta qualquer especial apetência para ir ao exterior. Quando muito, se a porta do apartamento se encontra entreaberta, desce os primeiros degraus da escada do condomínio. Mas regressa de imediato se pressente que a porta se lhe pode fechar, ou se vislumbra que algum estranho deambula pelas escadas! Se ouve um qualquer toque à campainha o Mico esconde-se de imediato apenas saindo do seu esconderijo quando se apercebe que nenhum estranho entrou em casa, ou se entrou já abandonou o seu lar.

O meu Mico faz parte indissociável das vidas humanas cá de casa. Respira o mesmo oxigénio que nós frequentando todos os compartimentos do apartamento. Gosta de ir à cozinha nas horas das refeições esperando sempre que os donos partilhem com ele algo do que estão a comer. Não sei bem porquê, mas adora hortaliça, especialmente grelos! Porém, é incapaz de roubar da banca da loiça (seja o que for que ali se encontre). No Verão toma, frequentemente, banho na única banheira lá de casa onde os donos lhe disponibilizam o equipamento exclusivo para essa higiénica tarefa. Acabou por resignar-se a aceitar, com naturalidade, essa saudável tarefa que lhe é ministrada e pouco própria de felídeos. Após o banho a dona enrola-o na sua exclusiva toalha e enxuga-o. Depois coloca-o dentro da alcofa, ao sol, na soalheira marquise. Ali, numa árdua e infindável tarefa, ele vai acabando de secar-se. Por fim, deita-se em pose de relaxe. Do seu corpo exala, então, o cheirinho do seu champô e o seu pelo aveludado torna-se uma tentação para umas carícias dos seus donos.

Como todos os gatos, recebe mais que o que dá, mas apenas aparentemente. Gosta de ser independente e aprecia que não o incomodem, especialmente, quando come ou dorme. Também é exigente no asseio que, cuidadosa e diariamente, lhe prestamos. Quando entende que a areia do seu caixote sanitário expirou o prazo de validade, disso nos dá conta revolvendo a mesma em tempo mais longo que o habitual. Porém, isto é uma rotina que, quando se gosta de animais, se cumpre com prazer.

Nos olhos cor de prata do meu gatito existe uma luz profunda e suave, às vezes melancólica, que faz com que o meu coração se compadeça com todos os indefesos animais que não tiveram a sua sorte. Nesses momentos em que o observo interrogo-me das razões que podem levar gente insensível aos maus-tratos de tantos seres, inclusive ao seu abandono, se tiveram a docilidade e a lealdade da sua companhia, às vezes, por tanto tempo!

O Mico está, desde bebé, castrado. Como come quando e quanto quer e o exercício físico é insignificante engordou muito. Pesa seis quilos e meio o que é um exagero. Habituou-se a dormir no fundo da nossa cama. No Inverno faz um túnel no cobertor que, para o efeito, colocamos aos nossos pés e ali fica. Toda a noite, sem se mexer e nem sequer pestanejar! Impreterivelmente, ao amanhecer põe-se a pé à mesma hora que eu. Ronronando e de cauda hirta e içada, acompanha-me, afagando as minhas calças, até à cozinha onde bem sabe que lhe sirvo a primeira refeição do dia.

Depois deixamo-lo só mas confortado até que o fim do dia chegue. Espera-nos ansioso. Mas o nosso anseio em revê-lo não é menor.

Vendo bem as coisas (e porque animais somos todos nós) o que eu e a minha mulher fazemos não é mais que tentar aproveitar a oportunidade que ele nos deu de todos sermos felizes.

O nosso muito obrigado Mico

Floripo Salvador
Junho 2012