domingo, 18 de dezembro de 2016



SÉRIE TELEVISIVA, VIDAGO PALACE

- EVOCAÇÃO DOS FIGURANTES

Atingiu-se o epílogo dos trabalhos inerentes à realização da série VIDAGO PALACE. Dois meses após o início da rodagem da série televisiva desmontou-se o palco onde a mesma se desenrolou: essencialmente, o interior do Palace Hotel e a sua deslumbrante área envolvente.
Falando por mim, acreditem que não imaginava a envolvência em meios humanos e técnicos que requer um trabalho desta natureza. Não fazia nenhuma ideia do preciosismo e do rigor que são exigidos aos actores, aos técnicos e, vejam bem, até aos simples figurantes. Não imaginava que seria possível o Verão ser no Inverno e o Agosto ser em Novembro. Porém e pelos vistos, tudo as novas tecnologias conseguem. Não sabia que os óculos que para aí usamos eram uma miragem em 1936. Também pensava que as braceletes dos relógios, naquele tempo, também podiam ser de metal.
Falando mais a sério, acho que foi uma bela oportunidade que a empresa (da qual fazem parte os nossos amigos, Carlos Silva e o José Augusto) nos deu de participar na série VIDAGO PALACE. Por esse facto também penso que lhes devemos estar muito gratos e aqui deixar-lhes o nosso reconhecimento. Julgo termos enriquecido os nossos conhecimentos no que concerne a toda a engrenagem inerente a uma série televisiva. 
Daqui levamos uma quantidade de recordações. Algumas verdadeiramente pitorescas, outras muito agradáveis e outras ainda, mais penosas (esperar horas a fio o momento de entrar em cena é algo que ninguém gosta) mas todas farão parte de um interessante trabalho que desenvolvemos e que deixaremos aos nossos amigos e descendentes com a convicção de que (não obstante sermos inexperientes na matéria) nos portámos o melhor que pudemos e soubemos.
Recordemos o primeiro dia em que chegámos à “Base” – antigo balneário do Palace - e nos enfiaram em indumentárias, aparentemente, esquisitas mas que, com o decorrer do tempo nos habituámos a gostar e, até, a achar-lhes graça quanto a uma ou outra disfarçada nódoa, a braguilha a que faltava um botão, uma bainha descosida, um bolso roto, ou um sapato mais desajeitado! Era ali, na chamada “Base” que alguns de nós se despiam da sua realidade quotidiana e se vestiam, para a ficção, de hóspedes ricos do Palace (como foi o meu caso) ou incumbidos de outras funções hoteleiras. Hóspedes ricos e do Palace: duas coisas que qualquer um de nós gostava de ser mas, de facto e infelizmente, não somos. Depois, esperavam por nós cabeleireiras, cabeleireiros e caracterizadoras que, com um precioso primor, nos preparavam para enfrentar a câmara com o melhor aspecto e rigor possíveis. A este propósito, evidencie-se a perda de quota de mercado que os profissionais deste ramo, sofreram, essencialmente, em Vidago e Chaves, durante o período das filmagens. Eu, por exemplo, já não vejo o meu barbeiro desde o Verão passado! Entre outros profissionais, todos solícitos e competentes, jamais nos esqueceremos da Natália, do Tiago e das carinhosas meninas que no vestiário nos davam os últimos retoques no atavio das indumentárias, sempre com ternurenta docilidade.
Tão depressa não se dissiparão dos nossos ouvidos expressões como: silêncio que estamos a filmar: dizia o Diego; por favor silêncio: repetia o Lopes: atenção aos telemóveis, companheiros, silêncio, por favor: ameaçava o Diego. O Carlos Silva, no seu jeito brincalhão reforçava a advertência pondo o dedinho no nariz ou nos seus lábios, com um “shiuuuu” persuasor e, às vezes, até, dissuasor!
Depois aguardávamos, expectantes, o ”tiro de partida” que provinha da voz bem timbrada do Henrique Oliveira dizendo: “acção”. E lá aguardávamos nós o momento que nos havia sido indicado para mexer as pernas, os braços, ou os lábios. Nada mais que isso. O que nos custava mesmo era ouvir: “vamos a mais uma” na voz do Henrique Oliveira ou “só mais uma” na voz galega do Diego quando já tínhamos repetido 3, 4 ou 5 vezes. Meio a brincar e meio a sério eu, às vezes, dizia: vamos a mais uma das dez que ainda faltam! Uma ou outra vez, e após umas horas de trabalho, lia-se nalguns rostos um certo cansaço e, até, um desejo de ouvir do Diego a expressão: ”figuração, por hoje pode ir embora, obrigado”.
Uma ou duas vezes por dia aparecia-nos o sorrisinho simpático da Adelaide Megre com um tabuleirinho com umas pequenas sandes para mitigar a fome e, às vezes, também um cafezinho para nos estimular o sangue e levantar a moral. Um outro momento que também nos dava algum alento, suavizando os efeitos de horas e horas de trabalho, era quando o Carlos Silva ou o José Augusto nos transmitiam a ordem para almoçar, no refeitório do pessoal do Palace Hotel. Associado a este acto, também nunca esqueceremos aquelas “estéticas” babetes de vulgar e reciclável plástico que colocávamos uns aos outros, por uma maior comodidade, e que tinham por fim evitar consequências de maior nas nossas queridas e ocasionais indumentárias!
Tanto que nós, figurantes, poderíamos aqui recordar a propósito desta experiência inolvidável que foi a de participar na série televisiva VIDAGO PALACE. Todos esperamos, que venha a ser um grande êxito para os seus produtores e, também, para a RTP e TV Galiza. Obviamente, que todos nós formulamos votos que esse êxito tenha consequências positivas, em várias vertentes, para Vidago e toda esta região. 
Gostaria de lembrar que uma infinidade de questões inerentes ao romance VIDAGO PALACE e a tudo que envolveu a rodagem da série televisiva pode ser acompanhada através do blogue MEU VIDAGO que o seu titular, Júlio Silva, irá certamente disponibilizar-nos.
Também acho oportuno satisfazer a curiosidade de muita gente no que se refere aos intérpretes e personagens que deram corpo a VIDAGO PALACE e que a RTP trará às casas de todos nós, lá para Maio do próximo ano. Actores, muitos deles bem conhecidos do meio artístico português, que muito nos honraram com a sua presença e que levarão o nome de VIDAGO e desta região a todos os cantos de Portugal e a muitos pontos do estrangeiro:
Almeno Gonçalves “ Conde de Caria e dono do Palace”; Anabela Teixeira “Lívia e Condessa do Vimieiro e mãe de Carlota”; António Cordeiro “Golfista (desistente da Série)”; António Mourelos “Alberto”; Beatriz Barosa “São da Silva, filha de Bonifácio e de Benvinda”; Bruno Schiappa “o alemão, Florian Klotz”; Carolina Amaral “Emília”; Catarina Campos Costa “Laura”; Cristina Homem de Mello “Júlia”; Custódia Galego “Cremilde e mana perliquitete” David Amor “Pepe”; David Novas “Xoan”; David Seijo “Pedro e empregado do Palace que arrebatou o coração de Carlota”; Eva Fernandez “Xenoveva”; Fernando da Costa “Ignácio Aranguez”; Hugo Mestre Amaro “Felix”; Jacob Jan de Graaf “Taylor”; João Didelet “Bonifácio da Silva, marido de Benvinda e fazendeiro rico”; José Mora Ramos “Tenente Coronel”; Manuel Tur “Guarda Civil”; Mikaela Lupu “ Carlota e traidora de César da Silva”; Pedro Barroso “César da Silva e, angustiado, namorado de Carlota”; Marcantónio del Carlo “Martim, Conde de Vimieiro e pai de Carlota”; Margarida Marinho “Benvinda da Silva, brasileira e mulher de Bonifácio da Silva”; Maria Henrique “Gertrudes e mana perliquitete”; Mariana Magalhães “Rosa”; Patrícia Queirós “empregada da Fonte”; Pedro Frias “ Dr. Mota Torres”; Pedro J. Ribeiro “Sargento Fernandes”; Pedro Mendonça “Samuel Cohen”; Pedro Roquete Almeida “David Taylor”; Ricardo Leite “Cerdeira”; Ricardo Trepa “professor de ténis”; Sérgio Praia “Lopes”; Sérgio Quintana “Xerardo Trancoso”; Sheila Fariña ”Dolores Câncio”; Sílvia Santos “empregada das termas”; Susana Mendes “Natasha” e Xosé A. Torriñan “Padre Raimundo”. 
Para terminar, eu queria dizer, principalmente àqueles que eu não conhecia, que foi um prazer enorme comungar convosco deste trabalho maravilhoso. Todos nós, figurantes, revivemos um romântico espaço de tempo da primeira metade do século passado desfrutando, inebriados, a rica diversidade botânica do parque termal de Vidago, a beleza luxuriante do seu lago e todo o esplendor do seu Campo de Golfe. Deslumbrámo-nos, também, com a secular riqueza arquitectónica do Palace Hotel, cuja sumptuosidade do seu interior nos fez sonhar com autênticos contos de fadas. Por tudo isto valeu a pena esta inesquecível recordação que todos levamos da série televisiva, VIDAGO PALACE a qual guardaremos, de forma perene, no fundo dos nossos corações.

Floripo Salvador
Dezembro 2016





terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Boas Festas

Amigos,

Natal é um momento de comunicação, reunião e amizade. 

Há muito mais no Natal do que a luz das velas e a troca de presentes. Há também o espírito da amizade que brilha todo o ano, a consideração e a esperança renascida para a paz e para o entendimento. 

Sintam os pequenos momentos. Os abraços, os beijos, os suspiros, os sorrisos, as birras...um Santo Natal e um Feliz 2017.



O passado é presente para o futuro! Bom Natal.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Praia de Vidago

Passeio de automóvel, de marca Alder, com uma paragem na Praia de Vidago.



(Alder Trumpf Junior)

A Adler foi um fabricante alemão que entre 1900 e 1941, fabricou máquinas de escrever, máquinas de costura, bicicletas, motocicletas, mas teve notoriedade na época, especialmente pelos seus automóveis.

Os veículos da Adler se caracterizaram por ser automóveis muito confiáveis e por dispor de um amplo catálogo de modelos: desde o clássico utilitário até automóveis de grande cilindrada, com alguns de seus modelos chegando a alcançar os 7.500 cc.

Adler na língua alemã significa águia.


Um abraço e até breve...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Quinta de Arcossó - Uma escolha para o bacalhau


A ceia de Natal é um evento festivo de grandes emoções onde são servidos os melhores pratos gastronómicos e as bebidas mais saborosas. No caso dos vinhos brancos, à semelhança dos vinhos tintos, é fundamental que eles combinem muito bem com os petiscos servidos. 

Conheça as opções de vinhos brancos que a revista Fugas do Jornal Público, na sua edição de 26 de Novembro 2016, publicou na sua secção de vinhos, o artigo "Vinhos para bacalhau".

O Quinta de Arcossó Branco Reserva 2015, é sem dúvida, uma excelente opção para acompanhar o tradicional bacalhau com batatas cozidas na ceia de Natal.





Um abraço e boas escolhas...

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Café e salão de jogos Macoral

Esta noite vamos matar saudades de uma partida de bilhar, acompanhada de um fino, tudo isto no Café Macoral.

Neste antigo café, situado no edifício Vidagus, passavam-se tardes inteiras a jogar bilhar, principalmente em noites de inverno. A conta do bilhar e da cerveja ficaria por conta do perdedor.

(bilhete postal edição FranciscoMas, Lda. - Amadora - não circulou)

O seu primeiro proprietário, julgo eu, terá sido o Rui Macoral, natural de Oura, por volta dos anos 90 do século passado.

Um abraço e até breve...

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Almanaque de Vidago para 1909 (4)

Continuando nas publicações das imagens que fazem parte do Almanaque de Vidago para 1909, hoje vamos até à Fonte de Sabroso.



(captagem da nova fonte de Sabroso)



(Revista às garrafas cheias na fonte de Sabroso)


Um abraço e até breve...

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Almanaque de Vidago para 1909 (3)

Hoje, publico mais duas imagens do "Almanaque de Vidago para 1903" que nos levam à antiga fábrica de engarrafamento da Empresa Águas de Vidago.


(Operário tirando garrafas do autoclave)




(Operários na secção de empacotamento)



Um abraço e até breve...

terça-feira, 1 de novembro de 2016

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Almanaque de Vidago para 1909 (2)

Dando continuidade à publicação das imagens que fazem parte do Almanaque de Vidago para 1909, publico duas imagens raras do nosso ex-líbris o Vidago Palace Hotel.

Estas duas imagens mostram-nos o hotel em construção, cuja a iniciativa e inspiração devem-se ao conselheiro Teixeira de Sousa. Relembro que as obras ficaram a cargo da então "Empresa Construtora do Porto", tendo o seu início ocorrido em 1908.

(Parte posterior do hotel em construção - 1909)


(Parte frontal do hotel em construção- 1909)

Algumas Efemérides de 1909
  • Cheias do rio Douro no Porto e Gaia.
  • Efectuada a primeira travessia aérea do Canal da Mancha por Louis Blériot.
  • A aviadora francesa Élise Deroche foi a primeira mulher a voar sozinha.
  • O almirante norte-americano Robert Peary e o explorador Mathew- Henson são as primeiras pessoas a atingirem o Pólo Norte.
  • Guerra civil nas Honduras.


Um abraço e até breve...

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Almanaque de Vidago para 1909 (1)

Mais uma publicação rara, trata-se do "Almanach de Vidago para 1909", da Empreza de Águas de Vidago, editado pela tipografia "A Editora" - 1908 (Lisboa).

Neste primeiro post sobre este Almanaque (do árabe al-manākh) vou publicar as páginas dos 12 meses do ano.













Para além destas imagens publicarei mais dentro de dias!

Um abraço e até breve...

domingo, 16 de outubro de 2016

Empresa "Transportes São Cristóvão"

Muitos de vocês se recordam dos camiões que, diariamente, transportavam as Águas de Vidago para sul do país. Uma dessas empresas foi a antiga "Transportes São Cristóvão", com sede na Lixa (concelho de Felgueiras), que durante vários anos foi responsável por transportar estas águas para pontos de distribuição. 
Lembro-me que no verão os camiões faziam fila de espera à entrada da antiga fábrica de engarrafamento e enquanto não chegava a sua vez, o motorista lá ia tirando uma soneca! Depois de carregado lá seguia ele pela EN 2 até Vila Pouca de Aguiar para depois seguir, a partir da EN 206, até ao Alto da Lixa, sempre muito atento para não deixar cair a carga numa das curvas, como algumas vezes acontecia!



(fotografia cedida por Sérgio Ribeiro, neto do fundador da "Transportes São Cristóvão", Sr. Matias)




Um abraço e até breve...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Hotel Vidago Palace - 106 anos!

Parabéns ao hotel Vidago Palace pelos seus 106 anos!


(Fotografia de Júlio Silva - agosto´16)


E como hoje é dia de festa, vamos até ao salão nobre porque o baile já começou!
(Fotografia do Vidago Palace Hotel - autor desconhecido


Um abraço e até breve...

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Estação Ferroviária de Vidago - 1935

Alguns comboios são como os humanos, partem e não voltam.


(Bilhete postal da edição de Germano A. Costa - Vidago - 28/11/1935)

Um abraço e até breve...

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Vidago Palace Hotel - 1935

Como há muito tempo que não publico uma imagem do nosso ex-libris, o Vidago Palace Hotel, e para encerrar o verão de 2016, deixo-vos aqui uma fotografia de Setembro de 1935.

(fotografia original)

Um pequeno provérbio "Logo que o Outono venha, procura a lenha".

Um abraço e até breve...

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Cimo da Rua da Ermida - 1950

Num dia em que muito se fala sobre a rua da Ermida, fica aqui o registo fotográfico, de 1950, feito no cimo dessa rua. As casas são aquelas que ficam situadas a norte da vila.


(fotografia original - película "Gaveart")

Um abraço e até breve...

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Hóspedes - hotel Avenida


Grupo de hóspedes do antigo hotel Avenida durante o torneio de jogo do "Golfinho" promovido por esse hotel, em 15/09/1960. 


Um abraço e até breve...

sábado, 10 de setembro de 2016

Paliteiro - VM&PS



(Paliteiro da antiga fábrica Sacavém - Portugal)

Paliteiro de porcelana moldada em forma de prisma triangular, ostentando publicidade, aplicada sobre o vidrado, à empresa Vidago, Melgaço & Pedras Salgadas.

Esta peça foi-me oferecida pelo meu amigo António Rodrigues, a quem, mais uma vez, agradeço esta prendinha!

Um abraço e até breve...

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Série "Vidago Palace" - Arranque das filmagens

Na próxima 3ª feira, dia 13 de Setembro, arrancam as inscrições para figurantes da série "Vidago Palace", do meu amigo realizador  Henrique Oliveira. A série de 6 episódios será transmitida na RTP, em 2017.
A organização e selecção do casting cabe à empresa Valente Produções, Lda..

Participe!


(anúncio da responsabilidade da empresa Valente Produções, Lda.)



Vidago na escolha de grandes realizadores portugueses!

segunda-feira, 5 de setembro de 2016


FÉRIAS DUM JORNALISTA

Hoje estou a pensar num livro escrito em 1943, pelo jornalista João Paulo Freire (Mário). O meu amigo, Dr. Júlio Silva, colecionador apaixonado por tudo quanto alude a Vidago e à região que circunda esta vila termal e, também, responsável pelo blog "MEU VIDAGO", fez chegar às minhas mãos esta verdadeira relíquia. O autor do livro compilou, de forma isenta e cativante umas quantas histórias verídicas relativas a esta região, num tempo bem longínquo (eu nasceria apenas cinco anos depois desta obra ser publicada). FÉRIAS DUM JORNALISTA é um excelente trabalho de pesquisa das diversas facetas que caracterizavam Vidago e seus arredores na década de quarenta do século passado.
O seu trabalho recorda os campeonatos internacionais que, já nesse tempo, se disputavam no Campo de Golfe de Vidago e faz referência à higiene, salubridade e exercício físico, ao ar livre, que a modalidade permite.
Evoca Artur Patrício, fotógrafo e alfarrabista que deu a Vidago muito do seu trabalho e amor. Recorda o génio desta arrebatadora figura que encenava peças teatrais às quais emprestava a sua única figura física como intérprete.
Fala-nos da Praia Fluvial de Vidago e enaltece a sua privilegiada localização. Evidencia-a como um encanto de bom gosto, uma nesga de civilização e um oásis entre paisagens agressivas. Recorda a sua represa, os barquitos de recreio, o salão de chá e uma esplanada encantadora.
O autor sentia um particular carinho por toda a zona de Salus. O Hotel do Golfe era o seu preferido, assim como a respectiva Fonte. Dizia mesmo que quando se desse a atenção a este espaço que se deu a Pedras e Vidago, Salus emergiria pujante.
O livro fala-nos da aldeia de Oura, das suas ruas tortuosas, de casas do século XVIII e de uma sua capela do Cruzeiro. Relata-nos passagens da sua visita à aldeia de Vila Verde e da forma descuidada em que (segundo ele) se encontrava o cemitério local, naquele tempo. Descreve algumas casas apalaçadas e recorda uma com brasão. Evoca a figura do lavrador, Vidal, e da sua produção agrícola, não esquecendo o delicioso melão e o suculento presunto que se comia em sua casa. De Vidago fala-nos do Hotel do Golfe e do seu amigo, Manuel Dias, então director daquela unidade hoteleira. Recorda o lago existente do hotel mas, com muita pena sua, sem peixes que lhe dessem mais vida. Também de Costa Pinto, advogado de Vila Pouca de Aguiar e da conhecida figura do parlamentar, Nicolau Mesquita, nas Pedras Salgadas. Recorda as caminhadas que ambos faziam subindo a serra que dá para a Freixeda e lembra os montanheses que por ali viviam e trabalhavam em situações adversas. Recorda a penosa, mas paisagisticamente bela, viagem de comboio a partir da Régua, para Pedras Salgadas, Vidago e Chaves e descreve os apeadeiros de Oura, Salus e Campilho com algum pormenor, não esquecendo os frequentes incumprimentos dos horários dos comboios da Linha do Corgo, naquela altura. Faz indispensáveis comparações entre as termas de Pedras Salgadas e de Vidago, de então. Comenta o funcionamento do Casino das Pedras Salgadas.
Por último descreve-nos a importância das águas termais de Vidago e Pedras Salgadas no domínio da saúde pública. Revela as especificidades de cada fonte neste domínio, no que concerne às necessidades da infinidade de enfermidades. 
Enfim, ler FÉRIAS DUM JORNALISTA é uma espécie de romagem de saudade a uma estância termal cosmopolita da primeira metade do Século XX. É percorrermos recantos aprazíveis que o desenvolvimento sacrificou. Ao lermos o que este homem escreveu sobre Vidago e arredores sentimos uma certa nostalgia. Porém, conforta-nos o facto de sabermos que não é indispensável ser-se biologicamente vidaguense para que se sinta uma inexplicável paixão por esta terra e sua vizinhança. João Paulo Freire (Mário) foi prova disso mesmo.
Se o leitor desta crónica sente por Vidago o amor que aquele jornalista dizia sentir, procure num qualquer alfarrabista esta obra arrebatadora que narra histórias pitorescas sobre a Estância Termal de Vidago. Não se arrependerá, julgo.




Floripo Salvador
Setembro 2016

domingo, 7 de agosto de 2016

ER(a)MO(s) - Exposição de Gonçalo Chaves Almeida em Vidago


Com o apoio da VidagusTermas e da União das Freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras, inaugura no dia 20 de Agosto, pelas 17h00 a Exposição de Fotografia ER(a)MO(s) de Gonçalo Chaves Almeida, na sala de exposições do Balneário Pedagógico de Vidago.

A exposição ER(a)MO(s) retrata dois hotéis abandonados e esquecidos na vila de Vidago, actualmente em ruínas e que, outrora, foram lugares de charme e cheios de vida social, na época em que as termas eram lugares da moda, frequentados por elites.

A Exposição estará patente de 20 de Agosto a 24 de Setembro de 2016

Balneário Pedagógico de Vidago
Rua João de Oliveira 
5425-352 Vigado 
segunda a sábado, 09h00 - 12h30 e 16h00 - 19h00

segunda-feira, 1 de agosto de 2016



EMIGRANTES

Eles aí estão, de novo, a matar saudades dos familiares, dos amigos e da Pátria. Descortina-se nos seus olhos um ar radiante. É Verão. O tempo quente ajuda à diversão e à frequência das belas praias de areia fina. As romarias das aldeias mais recônditas não podem passar sem a presença e colaboração deles. Toda a economia dos locais que frequentam floresce neste mês de Agosto - o mês dos emigrantes por excelência.

Devemos recebê-los com simpatia e carinho. Eles trabalham, arduamente, um ano inteiro em locais longínquos do seu País, aguardando que chegue esta altura. Por cá, distribuem beijos e abraços, convivem com familiares e amigos e conferem a esta estação quente o brilho característico de quem nunca esquece a sua terra.

Um sentimento de gratidão e muito respeito é o que lhes devemos.

Boas férias a todos eles são os votos que os que por cá residem têm obrigação de formular.

Floripo Salvador
1 Agosto 2016



(Autoestrada A24 - foto de Júlio Silva)


domingo, 17 de julho de 2016

quarta-feira, 13 de julho de 2016

ER(a)MO(s) - Exposição de Gonçalo Chaves Almeida

Amanhã, dia 14 de Julho, na Torre da Oliva inaugura a exposição ER(a)MO(s) de Gonçalo Chaves Almeida, no âmbito da Prova de Aptidão Profissional do curso Técnico de Audiovisuais, do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, de São João da Madeira. 

A exposição ER(a)MO(s) retrata dois hotéis abandonados e esquecidos na vila de Vidago, o Hotel Avenida e o Hotel Parque, actualmente em ruínas e que, outrora, foram lugares de charme e cheios de vida social, na época em que as termas eram lugares da moda, frequentados por elites.

Gonçalo Chaves Almeida tem 17 anos e é filho da vidaguense Susana Chaves.



A exposição estará patente de 14 a 20 de Julho 2016

Torre da Oliva, Sala do Laboratório, piso 1 
Rua António José de Oliveira Júnior 591, 3700-204 São João da Madeira
segunda a sexta, 09:00 - 12:30 e 14:00 - 17:30


Foi com muito agrado que cedi as imagens antigas destes dois hotéis para a elaboração deste excelente trabalho. 

Sinto que o Gonçalo voltará a Vidago inspirar-se porque motivos não lhe vão faltar.

Um abraço e até breve...

terça-feira, 12 de julho de 2016

Guia turístico da VM&PS

Boas férias na Estância de Vidago, agora com um novo e moderno balneário para dar resposta aos novos desafios do turismo termal, disponibilizando tratamentos baseados nas actuais tecnologias, integrando a componente pedagógica de investigação e desenvolvimento de práticas termais.





(Guia turístico da gráfica Bolhão Porto - ilustrações de Cruz Caldas)


Um abraço e boas férias...

segunda-feira, 4 de julho de 2016

"Meu Vidago" apoia AquaeSoft - Subida à Ermida





O blog "Meu Vidago", pela primeira vez, vai apoiar a segunda edição da prova AquaeSoft – Subida à Ermida, a realizar no próxima Sábado, dia 9 de Julho pelas 20h00. Esta prova é organizada pela Casa de Cultura de Vidago e está incluída no campeonato regional de rampa. Haverá bons e diversos prémios.






As inscrições podem ser efectuadas online no site 
www.subidaermida.com ou através do contacto 962 184 679, até às 23h59 do dia 07.





Objectivos: Pedalar o mais rápido esta dura rampa, conviver e dinamizar a vila de Vidago!  


(Fotografia da edição de 2015 - Júlio Silva)



Um abraço e até Sábado...

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Hotel do Parque

Hoje, o click da máquina fotográfica leva-nos para o antigo Hotel do Parque. Como esta fotografia é dos anos 50 do séc XX, podemos dizer que o hotel respirava juventude, uma vez que foi remodelado em 1948.



(fotografia original - película "Gaveart")


Um abraço e até breve...

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Vidago Palace Hotel - Burricadas

Quando uma imagem vale mais que mil palavras...


(Bilhete postal edição desconhecida - não circulou)

Para quem não leu o meu anterior post sobre as burricadas, clique aqui

Um abraço e até breve...

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Quinta de Arcossó - Vinhos com perfil contemporâneo


A paixão faz o vinho

Dissertar sobre o universo gourmet pode levar-nos pelos caminhos da arrogância. É um vírus que se apanha facilmente, até porque, nos tristes tempos que correm, intelectual não é quem conhece as virtudes estilísticas do romance "A Brasileira de Prazins" mas sim quem sabe de vinhos ou conhece as últimas excentricidades dos chefes - esses faróis da modernidade.

Felizmente que a passagem do tempo, a disponibilidade para ouvirmos os outros e a entrada em cena de gente nova a escrever sobre estes domínios funcionam como uma infusão eficaz de humildade. Mas quem nos coloca verdadeiramente em sentido são os produtores porque, por mais que estudemos os assuntos, há sempre alguém que, num qualquer território desconhecido, tem algo para nos ensinar.


A última lição que tive foi dada por Amílcar Salgado, criador da Quinta de Arcossó. Já sabia que Trás-os-Montes tem uma história vitícola que se mede em séculos, mas não sabia que, nos dias de hoje, ainda podemos ver tanta vinha centenária em produção ou adegas construídas no século XVIII, como é o caso do lagar inserido no hotel Casas Novas Countryside Hotel Spa, que impressiona pelo facto dos antigos já conhecerem a importância da lei da gravidade para a feitura de bom vinho.

Amílcar Salgado tem uma vinha em plena produção (12 hectares) e outra (7 hectares) a ser plantada de raiz num território que corre o risco de se transformar num jardim vitícola de grande beleza.

Com actividade profissional na área de finanças, meteu-se na agricultura porque queria provar que é possível criar riqueza com a terra. "Antigamente, nesta terra, os camponeses faziam vinho para outros camponeses, E, eu, o que fiz foi, aproveitando a experiência deles (nunca se deve desprezar), introduzir melhorias técnicas para fazer vinhos com perfil contemporâneo".

Quando arrancou com o projecto, em 2001, tinha umas luzes sobre vinho, mas, hoje, fala de viticultura e enologia como um catedrático. Reconhece que o seu sucesso se deve a Rui Soares (na vinha) e a Francisco Montenegro, na adega, mas passa grande parte do tempo a pesquisar, a ler e a fazer experiências.

Ora, um dos vinhos emblemáticos do produtor é o Quinta de Arcossó Superior Bago a Bago. Não sei se mais alguém fará um vinho como este em Portugal, mas duvido. Reparem na coisa. Ainda o sol não chegou à vinha e já os melhores cachos de Touriga Nacional e Touriga Franca entram na adega. Depois, várias mulheres escolhem os melhores bagos de cada cacho, os quais vão inteiros, para as barricas de madeira de 500 litros. Ficam aqui em ambiente arrefecido num processo que se chama de maceração pelicular durante cinco dias. E só depois é que os bagos vão ser prensados, a pé, dentro das próprias barricas, numa ginástica exigente demorada.

Rompidos os bagos, o mosto fermenta entre 15 e 21 dias. Já transformado em vinho, é retirado das barricas para que nestas sejam colocados os tampos regressando de novo para um estágio de 20 a 22 meses. Ao mercado, o vinho chega cerca de quatro anos após a vindima.

Ouvindo o produtor explicar o processo, imaginei o tempo e dinheiro implicados e tratei de o provocar. Amílcar cheirou um copo que tinha na mão, provou um pouco, fez silêncio e rematou assim, "A vida ensina-me que a perfeição e a competitividade vêm da paixão com o que fazemos as coisas. Sem paixão, nada vale a pena. E eu sou tremendamente apaixonado por isto."

Edgardo Pacheco
in Jornal de Negócios
18 de Junho de 2016






Mais uma vez, meus sinceros parabéns ao amigo Amílcar Salgado, à Quinta de Arcossó e ao Edgardo Pacheco pela vinda a terras do Reino Maravilhoso, descobrir e divulgar esta paixão.


Um abraço e um brinde!